Fizemos uma visita a uma escola a fim de conhecer um pouco sobre seus planejamentos escolares e como acontece a educação inclusiva. Visitamos uma escola estadual de ensino fundamental com cerca de 200 alunos e, por motivos óbvios, sua identificação ficará sob sigilo.
Planejamentos da escola
A escola possui Projeto Político Pedagógico, que foi elaborado pela equipe de gestão, professores/as, pais e mães, alunos/as e funcionários/as. É atualizado mais ou menos a cada 3 anos, pequenas mudanças são feitas no que está em vigor. Possui também Plano Anual, que é elaborado a partir de temas e Planos de Estudos, que são baseados em competências e habilidades. As reuniões de professores acontecem quinzenalmente, com o objetivo de discutir os planos. Em sua filosofia a escola pretende partir do conhecimento do aluno, atendendo as necessidades da comunidade, trabalhando através do afeto. A escola se adapta ao aluno, a fim de acolhê-lo e pretende desenvolver objetivos e metas. Percebemos a existência de muita organização quanto aos planejamentos escolares e uma filosofia que realmente pretende formar cidadãos críticos e atuantes, com metas e objetivos.
Inclusão na escola
A escola possui uma boa estrutura física, e possui ambientes como Sala de Recursos, TGD (sala especial: Transtorno Global do Desenvolvimento) e Multifuncional. As salas foram organizadas com verba do governo do estado, pois a escola recebe muitos alunos com as mais diversas deficiências. Existe ainda nestas salas o atendimento de psicopedagogas e voluntários da área da psicologia e educação física. Observamos que a escola possui estrutura para receber alunos com necessidades educativas especiais e profissionais para atender estes alunos. Mas, na sala de aula...
Observação de turma com aluno com NEE
Observamos uma turma que possuía mais de um aluno com NEE. A professora explicava o conteúdo da aula e atendia a toda a turma com atenção. Ao conversarmos com a professora sobre uma aluna que possui deficiência auditiva percebemos que ela não sabia exatamente do que se tratava a deficiência da aluna. A aluna utiliza um aparelho auditivo, mas o retira ao chegar na sala e se lhe é perguntado se está usando o aparelho ela diz que sim. A aluna deixa seus cabelos caídos sobre as orelhas, assim não se sabe se está ou não com o aparelho e ao se comunicar olha atentamente para o rosto de quem fala, por este motivo acreditamos que ela faz leitura labial. Quando perguntamos para a professora se a aluna faz leitura labial ela responde que não sabe o que é isso e acredita que ela escuta com o aparelho. Também perguntamos se ela conhece a língua de sinais e se já apresentou esta forma de se comunicar para sua aluna, a professora respondeu que não conhece e acredita que sua aluna não necessita de LIBRAS para se comunicar.De acordo com a Resolução 2/2001 que institui as Diretrizes Nacionais para a educação de alunos com NEES na Educação Básica, fica explicitado em parágrafo único a necessidade do atendimento educacional especializado,incluindo nesse contexto professores com formação adequada (conhecimento em LIBRAS,Braille,etc)como também material adaptado quando necessário.É de suma importância a qualificação e especialização do professor para que ele enriqueça a sua prática pedagógica e se sinta preparado para o atendimento do seu aluno com necessidades educativas especiais em suas especificidades.
Observações
Percebemos que mesmo em uma escola aparentemente preparada para receber alunos com NEE e com uma equipe de gestão e professores com sintonia nos planejamentos, podem existir práticas diferentes na sala de aula. Nem todos os professores estão se preparando para receber alunos com NEE, por diversos motivos. Cabe a nós, que estamos tendo a oportunidade de conhecer de perto as necessidade educativas especiais e compreender a sua importância, mudar a educação.
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